O ano de 2002 vai-se aproximando do seu fim e, com
ele, também o conjunto de passeios que o Clube Audio TT programou para
este ano.
O Sábado, dia 23 de Novembro de 2002, foi o dia
escolhido para juntar pela última vez este ano, num passeio TT, o
conjunto de amigos que forma o Clube Audio TT.
Desta feita, e pela primeira vez, a zona escolhida
foi a região de Tarouca e do rio Varosa que é um afluente do Douro. Esta
região tem beleza e interesse mais do que suficiente para justificar uma
deslocação de mais de uma centena de Km para a conhecer.
Apesar de o Tempo não estar particularmente
agradável, não foi isso que impediu que à hora marcada, 10 horas da
manhã, se encontrassem já os mais de 50 participantes, distribuídos por
19 jipes, junto ao Restaurante "7º Irmão" prontos para dar início ao que
se pretendia que fosse um dia bem passado.
Foi esse o local e a hora escolhida para o já
tradicional "reforço da manhã", porque a esmagadora maioria dos
participantes já estava " a pé " há várias horas, ao mesmo tempo que era
feito o pequeno "briefing" de apresentação do percurso e relembradas as
regras básicas de participação neste tipo de passeios Todo-Terreno.
O arranque para a 1ª etapa, que correspondia à parte
da manhã e tinha pouco mais de 30 Km, deu-se pouco após as 10h30m e logo
com uma alteração ao Road-Book que servia de suporte ao Passeio.
Realmente, durante o "briefing" inicial tinha sido resolvido começar a
1ª etapa por um percurso que era diferente nos primeiros Km's, mas que
nos permitia assim fazer uma paragem numa casa (semi em ruínas) onde
terá vivido Egas Moniz e também apreciar melhor a ponte e a torre
românicas de Ucanha, retomando o percurso inicialmente previsto a partir
do Mosteiro de Salzedas, que também aproveitamos para visitar.
A partir daqui começava realmente o trajecto por
trilhos e caminhos em estado variado, desde o bastante bom, até ao
razoavelmente mau, passando por zonas com bastante pedra, outras em que
o "problema" era a lama, alguns "charcos" de água e zonas com algumas
valas e/ou onde a inclinação já era significativa.
Aproveitando uma manhã em que o Tempo até não esteve
muito mau, pois se é verdade que houve uns chuveiros, também é verdade
que houve vários bocados em que não choveu e o dia até estava
relativamente claro, fomos andando monte acima e monte abaixo, tendo a
oportunidade de atravessar vários pomares de macieiras e várias vinhas,
nomeadamente as vinhas das Caves da Murganheira, ao mesmo tempo que ia
permitindo ver paisagens verdadeiramente espectaculares.
Os pontos mais "quentes" verificaram-se, por um lado,
numa zona bastante complicada, pela falta de espaço para manobrar, pela
fraca aderência do piso e pelas inclinações que as viaturas atingiam, e
por outro lado e de uma forma completamente diferente, pelo "recreio"
que os participantes tiveram ao utilizar uma zona bastante ampla, mas
bastante enlameada, que funciona no Verão como pista de aterragem para
pequenas aeronaves, mas que no Inverno permite experimentar os encantos
da condução rápida em pisos de muito fraca aderência, com longos
"slides", mas com riscos muito reduzidos.
A manhã estava no fim e o almoço já nos esperava. No
restaurante "7º Irmão", o Sr. Marcolino, que é o seu proprietário e que
colaborou de uma forma que não podemos deixar de salientar na preparação
deste Passeio, lá estava à nossa espera, com as mesas à espera dos
membros do Clube Audio TT e com o almoço que foi comido por todos com
satisfação.
Como é habitual, foi também aproveitado o tempo do
almoço para se ir conversando sobre o Passeio, sobre o Audio TT, sobre
os planos para o futuro e sobre toda uma série de outras coisas que vão
permitindo estreitar cada vez mais os laços de amizade que vai unindo
toda esta gente.
Findo o almoço, estava na altura de dar início à 2ª
etapa, que tinha cerca de 40 Km de extensão, e que prometia ter algumas
dificuldades, acrescidas pelo facto de já ser quase noite e pelo tempo
que tinha piorado significativamente. Realmente, durante toda a 2ª etapa
a chuva foi uma companheira muito frequente, chegando por vezes a
transformar-se em granizo e mesmo umas pequeninas amostras de neve.
Esta 2ª etapa iria levar-nos à nascente do Varosa e
trazer-nos de volta a Tarouca.
Os percursos continuavam a ser variados e, se não
estivesse já escuro, a chover e em alguns casos nevoeiro, as vistas
seriam novamente espectaculares. Foram sendo atravessadas zonas em que
os trilhos estavam muito fechados, zonas em que existiam charcos com
dimensões já apreciáveis, zonas lamacentas, zonas com valas e com
buracos e onde o piso era bastante duro e com muita pedra, etc.
Contudo, não foi necessário andar muito para aparecer
a 1ª dificuldade mais séria. Tratava-se de uma zona já de si um pouco
complicada, mas que devido às quantidades significativas de chuva que
tinham caído nos dias anteriores se tinha transformado numa espécie de
enorme charco, escondendo ou buracos, valas e pedras que estavam um
pouco espalhadas por todo o lado. Isto fez com que rapidamente o número
de jipes atascados começasse a subir de modo preocupante.
Depois de várias tentativas para ir tirando os jipes,
mas que se é verdade que iam sendo mais ou menos bem sucedidas, também é
verdade que eram muito morosas e acontecia com frequência que para
"desatascar" um jipe, se "atascava" outro e com a agravante de que o que
tinha sido "desatascado" voltava a "atascar" um pouco mais à frente, foi
tomada uma decisão de "emergência": O grupo, que sempre viera em coluna
mais ou menos compacta, seria dividido em dois. Os jipes que já estavam
mais avançados naquela zona complicada, seguiriam o trajecto definido
pelo Road-Book, à medida que fossem sendo "libertados". Os que se
encontravam ainda na parte inicial da zona mais difícil, fariam "meia-volta"
e iriam apanhar a estrada que passava próximo, seguindo depois por
asfalto até ao ponto onde se reuniria novamente o grupo completo.
Com o grupo de participantes já novamente reunido, lá
se seguiu o percurso planeado.
O próximo ponto quente era a travessia (facultativa)
de um ribeiro. Mesmo com a chuva que se tinha feito sentir, e que
continuava a cair, a altura da água no ribeiro não era muita, embora a
corrente fosse relativamente forte. O "problema" punha-se nas margens,
que estavam com o piso muito mole e traiçoeiro.
O 1º Jipe a tentar foi um certo "UMM amarelo" que
acabou por "encalhar" numas pedras escondidas sob a lama, ficando
completamente "atascado". Acabou por ser rebocado para trás, com algum
esforço, e desistiu de tentar novamente a "sua sorte"…
A maioria dos jipes nem sequer tentou atravessar o
ribeiro a "vau", seguindo pela ponte que servia de "alternativa", mas
houve um grupo de 5 ou 6 jipes que resolveram tentar e que, com maior ou
menor dificuldade, sempre conseguiram passar de um lado para o outro.
Mais alguns Km's percorridos e novo "ponto quente".
Desta vez, era proposto atravessar uma represa com uma quantidade já
apreciável de água. Também aqui havia alternativa e a maioria achou que
já chegava de "emoções fortes". Dos poucos que resolveram atravessar a
represa, um Defender resolveu "atascar" já à saída.
Já há muito tempo que era completamente escuro, o
nevoeiro ia aparecendo aqui ou ali e a chuva lá continuava a cair… Uma
parte dos participantes começava a dar sinais de algum cansaço… Era
altura de fazer alguma coisa e o que se decidiu fazer foi separar
novamente o grupo, satisfazendo desta forma os desejos dos
participantes.
Um grupo de participantes iriam deixar o percurso do
Road-Book e seguiam em direcção ao restaurante. Os restantes iriam
completar o que faltava do Road-Book e que incluía uma zona um bocado
"complicada", principalmente em termos de navegação por falta de pontos
de referência (estava escuro e as referências não eram visíveis).
Entretanto, 3 dos jipes que tinham acompanhado o
grupo que seguiu para o restaurante de modo a garantir que não se
perdiam, voltou para trás e foi ao encontro dos que tinham decidido
seguir o Road-Book, seguindo este em sentido contrário, de modo a
garantir que não ficavam perdidos e a prestar auxílio se ele fosse
necessário. Felizmente tal não foi necessário e, não obstante terem
andado um pouco "perdidos" à procura do caminho certo, após algumas
tentativas tinham-no encontrado e o encontro com os 3 jipes deu-se já
depois de terem ultrapassado a zona "complicada".
Rumámos ao restaurante, que já era tempo de acalmar
os estômagos que começavam a apresentar os primeiros sinais de se
encontrarem vazios.
Quando chegamos, tínhamos à nossa espera uma óptimas
castanhas assadas acompanhadas por jeropiga, que funcionavam como
entrada para as carnes grelhadas que se iriam seguir após mais alguns
minutos, precedidas ainda de uma canja de galinha e seguidas de um pudim
caseiro.
O 7º Passeio de 2002 do Clube Audio TT estava no fim.
Os comentários gerais eram mais uma vez muito positivos. Foram sendo
feitas algumas sugestões no sentido de repetir um passeio nesta zona, no
próximo ano, mas de preferência numa época do ano em que os dias sejam
bem maiores. Contudo, a pergunta mais ouvida era: "Quando é o próximo ?"
e o comentário mais habitual era algo do género: "Que pena não haver
ainda mais passeios destes …"
Pela nossa parte, prometemos estar de regresso, com
mais um novo Passeio, lá para o fim de Janeiro de 2003.
Clube Audio TT
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