A parte da manhã previa a ligação até Bertiandos, passando por um conjunto de trilhos bastante interessantes e que nos levaram a passar na Senhora das Neves, Senhora da Agonia, Pedras Frias, Arga de S.
João, subida até à Pedra Alçada, descida até Arga de Baixo, Alto das Cortiças e Cabração.
Estávamos ainda a começar, pouco após a Senhora das Neves, e já começavam a aparecer as primeiras dificuldades, que neste caso se traduziam por uma descida acentuada, com algumas valas e regos e
completamente encharcada. Aliás, como já foi dito, uma boa parte dos trilhos estavam transformados em autênticos ribeiros e só não se tornou impossível fazer o percurso porque o tipo de solo desta região não é muito propício a transformar-se facilmente em lama, embora isso aconteça
pontualmente aqui e ali.
Os trilhos escolhidos ajudavam a aproveitar para conhecer esta região que tem motivos de interesse de sobra !
O “Reforço da Manhã” acabou por ter de mudar ligeiramente de local, uma vez que estava a chover e o sítio escolhido não permitia que nos abrigasse-mos. Numa acção de “reconhecimento” rápido da zona
envolvente permitiu encontrar a 1 ou 2 km's de distância um largo com um Coreto e, ainda melhor, um edifício da Junta de Freguesia local com espaço coberto e abrigado que reunia as condições que procurávamos para poder comer o habitual pão fresquinho com o queijo e fiambre, acompanhado dos
sumos e do café.
Logo a seguir ao “Reforço da Manhã” vinha a parte mais exigente, nomeadamente porque o trilho é bastante estrito e com zonas entre pedras, que é a subida até à Pedra Alçada. O grupo dividiu-se aqui de
modo a que alguns pudessem seguir pela alternativa, evitando as zonas mais estreitas, e os outros seguissem o caminho mais difícil.
A chegada à Pedra Alçada foi efectuada no meio de um nevoeiro intenso, que não deixava ver “um palmo à frente do nariz” e que impediu completamente que se admirasse a vistas espectaculares que se podem
ver daquele ponto.
Ainda tínhamos bastantes km's até Bertiandos, mas sabíamos que uma boa parte deles, os últimos, eram de estrada... Contudo, ainda antes de lá chegar, havia que atravessar uma zona um bocado
complicada, com descidas acentuadas e com alguma lama à mistura.
O almoço estava marcado para o restaurante “O Celeiro”, em Bertiandos, e o prato não podia ser outro que não fosse o tradicional “Arroz de Sarrabulho”, bem conhecido e afamado que é na região de Ponte
do Lima.
Manda a verdade dizer que o almoço foi bem servido, com a comida a merecer elogios quer em abundância quer em qualidade !
A seguir a um almoço a sério, a vontade de ir para o monte vem sempre um bocado reduzida... e a preguiça manifesta-se claramente em ( quase ) todos. Mesmo assim, a vontade de prosseguir o Passeio tem
sido sempre bastante mais forte e o mesmo aconteceu desta vez, pelo que lá arrancamos para o percurso previsto para a tarde daquele Sábado que continuava com chuveiros mais ou menos intensos e intermitentes .
Começamos por seguir em direcção ao alto de Estorãos e, depois, até S. Lourenço da Montaria, continuando até Dem e daí até à Cruz da Facha, para terminar em Fojo do Vale.
Também nesta parte do percurso fomos percorrendo alguns trilhos interessantes, nalguns casos com vistas magníficas e com uma mão cheia de dificuldades espalhadas ao longo de todo ele. As zonas mais
exigentes eram, mais uma vez, subidas e descidas razoavelmente acentuadas, acrescidas do facto de o piso estar completamente encharcado e, aqui e ali, até com lama. Uma outra “zona quente” consistia na travessia a vau de um pequeno ribeiro, mas que fruto das chuvas intensas dos últimos dias
tinha visto o seu caudal aumentar de forma muito significativamente... Na verdade, havia até alguma apreensão porque não se sabia muito bem o que íamos encontrar... Os reconhecimentos tinham sido feitos com tudo sêco e agora estava tudo completamente encharcado e muitos dos trilhos que
tínhamos percorrido ao longo do dia estavam transformados em autênticos ribeiros... Como estaria este ribeiro ?
Bem, a verdade é que tendo realmente muito mais água do que a que tínhamos visto durante os reconhecimentos, ainda permitia atravessá-lo, desde que o fizéssemos com os devidos cuidados, uma vez que na
maioria das viaturas a água iria subir até à zona da admissão de ar para o motor, o que é sempre uma situação um bocadinho preocupante. Apesar do risco, toda a gente atravessou sem problemas a assinalar !